quinta-feira, 5 de julho de 2007

Pintura na CMAG

João Vaz (1859-1931)
Praia
Óleo sobre tela
Ass.: VAZ
inv.: CMAG 439

A colecção de pintura portuguesa reunida pelo Dr.Anastácio Gonçalves compreende óleos, aguarelas e desenhos dos séculos XIX e XX num percurso pela temática da paisagem, do retrato e da pintura de costumes.

Inicia-se com o núcleo do Romantismo com diversos pintores de referência, verdadeiros marcos da história da pintura nacional, tais como Tomás da Anunciação, Vieira Portuense, Miguel A. Lupi e Alfredo Keil. Contudo, a sensibilidade e os pressupostos estéticos vão-se transformando a partir de meados do século XIX e novas experiências se vislumbram em redor de dois pintores Marques de Oliveira e Silva Porto no anúncio do Naturalismo. A presente colecção tem um importante núcleo de obras de Silva Porto, adquiridas pelo Dr.Anastácio Gonçalves, e actualmente expostas no atelier da Casa-Museu.

Neste percurso de meio século, a pintura portuguesa reclama para si o registo directo do motivo ao ar-livre e revela, simultaneamente, o gosto pela paisagem rural e pelas cenas de interiores urbanos representados nesta colecção tanto pela luminosidade de Malhoa ou de João Vaz como pelo intimismo de Columbano.

A valorização da observação da realidade abre igualmente novos desafios à aguarela na sua capacidade em fixar rapidamente o real como deixam perceber algumas das obras expostas e pertencentes à colecção.

Com a viragem para o século XX, a estética naturalista, agora numa expressão Tardo-Naturalista, segue o seu percurso destacado, na presente colecção, em obras de diversos paisagistas, entre os quais se nomeia o pintor Mário Augusto. No núcleo de desenho, a obra gráfica apresentada situa-se cronologicamente no mesmo período, excepção feita a um trabalho de Vieira Lusitano de temática religiosa.

De entre todo o conjunto, evidenciam-se pela importância dos seus autores e qualidade dos desenhos os exemplares de Domingos Sequeira e de Columbano.

A coerência deste núcleo é dada pelo gosto do coleccionador que se revelou como eixo regulador da individualidade do tema nas suas diversas formas conceptuais.